Nos últimos meses, cada consumidor de energia tem bancado, mensalmente, o custo pesado das chamadas “bandeiras tarifárias”, uma taxa extra que é incluída na conta de luz para pagar o acionamento das usinas térmicas, que são bem mais caras que as hidrelétricas. Isso tem ocorrido por causa da falta de chuvas e do esvaziamento dos principais reservatórios do país.
Uma das principais razões de fazer essa cobrança mensal do consumidor era evitar que essas contas fossem pagas depois, nos reajustes anuais, como acontecia antes. Ocorre que nem mesmo as bandeiras tarifárias têm conseguido cobrir o rombo atual.
O acionamento de tudo quanto é usina térmica no país não é o único fator que explica o rombo financeiro do setor elétrico, que terá de ser quitado pelo cidadão. Outra fatura que será paga pelo consumidor, estimada em mais R$ 9 bilhões, tem origem nas contratações “simplificadas” de energia feitas pelo governo no mês passado. Trata-se de uma “energia de reserva” que será entregue a partir de maio do ano que vem, para garantir maior segurança e evitar o racionamento.
Os reajustes são puxados ainda pelo aumento da importação de energia, por meio de contratos firmados com Argentina e Uruguai. Como os reajustes de tarifas são feitos anualmente pela Aneel, depois de analisados os custos de cada distribuidora de energia do país, o percentual de aumento varia de estado para estado.
O aumento do preço da energia e a alta dos combustíveis e do gás de cozinha são os fatores que mais afetam a inflação no país e massacram a renda da população, porque seus impactos são disseminados em todo tipo de consumo, seja das famílias, seja de empresas.