Lançamento da candidatura de Jenilson poderá forçar Jorge Viana a descer do muro

POR THIAGO CABRAL

Agora é pra valer

Ontem, em reunião na sede nacional do PSB, em Brasília, o deputado estadual Jenilson Leite, que já havia colocado seu nome para a disputa majoritária em 2022, finalmente bateu o martelo sobre o cargo que irá disputar: governador. Acompanhado pelo presidente estadual da sigla e ex-vice-governador César Messias, foram recebidos pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, que deu o aval para a candidatura do médico e garantiu que Jenilson será uma das prioridades nacionais da legenda.

Bloco progressista

Finalmente o bloco de partidos progressistas – formado por PT, PSB, PCdoB, PV e Psol – que tem ensaiado uma aliança para as próximas eleições, dá o primeiro passo em direção a 2022. A lentidão na tomada de decisões era uma das principais queixas de alguns participantes do grupo.

Contra a parede

Principal liderança do grupo, o ex-senador Jorge Viana (PT), que vive a mesma situação que Jenilson vivia sobre a disputa de 2022, foi colocado contra a parede com a decisão do PSB. Agora, resta a ele a disputa do Senado, se quiser manter o grupo unido, ou pleitear o Governo do Estado e rachar o pequeno bloco. O certo é que ele precisa se posicionar o quanto antes e dizer pra onde vai seguir.

6 de agosto

Fontes petistas revelaram que o ex-senador está se preparando para no dia 6 de agosto, dia que é celebrada a Revolução Acreana, lançar um novo movimento político. Talvez, com o novo panorama, JV aproveite a data para lançar oficialmente seu nome para a disputa do Senado.

Empurrão

Uma liderança do bloco de partidos progressistas me confessou que a decisão do PSB foi boa para o grupo. A indefinição sobre a disputa eleitoral estava impedindo o avanço do processo de construção política. Mas agora, com o empurrão dado por Jenilson, ele acredita que as coisas comecem a caminhar. “Cabem todos numa chapa progressista. Tem vaga para o Senado, governador, vice e suplência de senado”.

Fã clube

Mal se lançou como pré-candidato ao Governo do Estado e o deputado Jenilson Leite (PSB) já arrumou um improvável admirador: o seu possível adversário nas urnas em 2022, o senador Sérgio Petecão (PSD), que confessou à coluna ser fã do parlamentar socialista. “Eu sou suspeito pra falar porque eu sou fã do Jenilson. Ele faz um mandato extraordinário, com certeza muito melhor do que o que tá aí, muito melhor. É um cara que dialoga e conhece as necessidades das pessoas mais carentes”.

Democrata

Petecão disse ainda que acompanhou o lançamento do nome de Jenilson para a disputa do Governo pela imprensa, e gostou bastante. “Eu fiquei muito feliz com a apresentação do nome dele”. Para o senador, quanto mais candidatos se apresentarem para a disputa, melhor. Dessa forma o debate é ampliado e a população vai ter o direito de escolher o que é melhor para o Acre.

Uma pausa

O ex-prefeito de Rio Branco e pré-candidato a deputado estadual, Marcus Alexandre (PT), vai precisar ficar de molho e parar, pelo menos por enquanto, com as visitas e andanças que vem fazendo com frequência por Rio Branco. O motivo é uma cirurgia que vai enfrentar nesta sexta (30) para reconstruir o tendão de Aquiles. Segundo o petista, “coisa de atleta…de final de semana”.

Ninguém mexe

Mais uma vez o ex-deputado federal e secretário adjunto da Educação estadual, Moisés Diniz, saiu em defesa do governador Gladson Cameli (Progressistas). Nas redes sociais, Diniz disse que por não ter do que reclamar do governador, os opositores se apegam a qualquer coisa. “Ter muitos carros na comitiva que acompanha o governador se tornou um dos principais delitos de Gladson Cameli. Ele também não pode andar de helicóptero. Governadores do PT viviam de helicóptero (…) A oposição e ex-aliados estão atacando o comportamento do Gladson. Isso é um bom sinal. Não estão batendo em falta de obras (porque estão surgindo em plena pandemia), nem em salários atrasados (Gladson tá é pagando dívidas do passado), nem falam de corrupção (porque Gladson, ele mesmo manda investigar), não falam de truculência com a imprensa ou de aniquilamento de aliados, nem podem atacar sua negligência na pandemia”.

Rebateu

O governador Gladson Cameli também rebateu as críticas que vem sofrendo. O mandatário disse que entende que seu governo precisa melhorar em muitas coisas, mas que não aceita “essas críticas que eles vão levar para o palanque, com o intuito de se promover”. Sobrou também pro senador Sérgio Petecão, que na última semana disse que sua candidatura não estava à venda. “Não sabia que a candidatura dele era negociável”, disparou.

Democracia em risco

Em visita ao Acre, para a inauguração da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral, o ministro do STF e presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, defendeu o sistema eleitoral brasileiro e a urna eletrônica. Segundo Barroso, o discurso de que “se eu perder houve fraude” é de quem não aceita a democracia. “Em 2014, o candidato derrotado pediu auditoria e o próprio partido reconheceu que não houve fraude. Nunca se documentou fraude”, disse.

Voto impresso

No mesmo evento, Barroso disse que o voto impresso é como um “filme de terror”. Para o presidente do TSE, o voto no papel é menos seguro porque precisa ser transportado. “Estamos falando de 150 milhões de votos. Há regiões com milícias, roubo de cargas. Transportar votos, armazenar votos”. O ministro completou afirmando que uma das características da democracia é “reconhecer que o outro, que pensa diferente de mim, também pode ganhar”.