Neymar detonado na TV: “Cara vazio, exibido, desperdício”

Ex-ESPN, Mauro Cezar Pereira faz contundente avaliação do jogador no ‘Terceiro Tempo’

Jeff Benício

Convidado especial de Milton Neves na edição de domingo (3) do ‘Terceiro Tempo’, na Band, o jornalista Mauro Cezar Pereira, que deixou a ESPN dias atrás, fez análise austera do comportamento de Neymar dentro e fora de campo.

As palavras duras ocorreram na esteira da repercussão negativa no Brasil e no exterior da festa de Réveillon que o atacante do PSG pretendia dar a amigos, no litoral do estado do Rio, em pleno agravamento da pandemia de covid-19 no País, com médicos e autoridades implorando que a população respeite o distanciamento social.

“Já nem critico mais porque não tenho nenhuma expectativa positiva em relação ao Neymar nestas situações”, disse Mauro Cezar. “Infelizmente, já passou do momento de, além de ser um grande jogador, ele se apresentar como uma pessoa, um personagem positivo. São vários exemplos negativos, muitas atitudes um tanto egocêntricas. Acho ele um cara vazio”.

Na continuidade do comentário, o jornalista se mostrou cético sobre possível mudança do jogador. “Ele já está com quase 30 anos, já passou da hora”, afirmou. “Não tenho nenhuma expectativa com relação ao Neymar fazendo algo ou falando algo que chame a atenção positivamente.”

Mauro Cezar chamou Neymar de “grande desperdício”. “Ele poderia ser muito maior do que é. Deveria já ser maior do que é. Independentemente desse concurso de melhor do mundo, ele poderia ser muito mais. Mas ele desperdiça oportunidades por conta da postura.”

O veterano do jornalismo esportivo relembrou a controversa participação do atleta no Mundial da Rússia, em 2018. “A Copa do Mundo do ‘cai-cai’ é o maior exemplo disso. O cara chega na Copa do Mundo como um dos grandes astros, expectativa muito grande, e sai como meme mundial.”

Milton Neves concordou com as colocações do convidado. O apresentador fez seu próprio diagnóstico sobre Neymar. “Ele gozando aí, brincando aí. Por isso não ganha como melhor do mundo. Ele é muito bom jogador, mas não gostam dele. Bandeirinha não gosta, árbitro não gosta, os ‘beque’ não gostam, ninguém gosta dele”, concluiu. “Ele é antipático.”

“O Neymar só fica ali se exibindo, uma pessoa vazia”, opinou Mauro Cezar. “Não é uma pessoa especial, é um jogador especial.” Neymar retornou a Paris com a imagem estilhaçada. Em nenhum momento de sua temporada no Brasil manifestou solidariedade com as vítimas da covid-19.

De acordo com matéria do jornalista Silvio Barsetti aqui no Terra, o jogador reclamou da “inveja” da imprensa, que teria atrapalhado seus planos de festejar a chegada de 2021 com dezenas de convidados ao noticiar o evento impróprio.

Com inacreditável poder de implodir a própria imagem pública, Neymar dissipou a boa publicidade conquistada ao longo de 2020, quando doou R$ 5 milhões para combater a pandemia no País e foi voz importante na luta contra o racismo no futebol.