Prefeita de Brasiléia lamenta falta de diálogo de Epitaciolândia sobre conflito de decretos

Chiquinho Chaves – Sentinela da Fronteita

Em conversa com o portal sentinela da fronteira a prefeita de Brasiléia Fernada Hassem (PT), fez algumas ponderações a cerca da falta de diálogo entre os representantes municipais de Brasiléia e também o de Epitaciolândia para que os dois municípios não tomassem caminhos diferentes no que se refere as medidas adotadas pelo governo do estado através decreto nº 8.260.

As medidas restritivas, adotadas pelo governo do estado acontecem em decorrência do agravamento da situação epidemiológica no Acre. As regras mais rígidas são válidas somente nos fins de semana, feriados e pontos facultativos, e permitem apenas a abertura de serviços essenciais, como hospitais, farmácias e funerárias.

É importante lembrar que no inicio de 2021, os quatro prefeitos dos municípios que compõe a regional do Alto Acre, (Epitaciolândia, Brasiléia, Assis Brasil e Xapuri) criaram o comitê regional de controle e combate a covid-19, no intuito de tomarem as decisões em conjunto até por conta das proximidades entre as quatro cidades.

Alguma autoridades de Epitaciolândia travaram luta contra a covid-19, o vice prefeito está internado com mais de 60% do pulmão comprometido,  o então secretário de obras perdeu a vida.

Fernanda enfatiza que sua opinião pessoal seria todos os municípios caminhando na mesma direção.”Essa é apenas minha posição pessoal, enquanto gestora eu vou seguir as recomendações do Ministério Público, da Organização Mundial de Saúde e do governo do estado”, salienta Fernanda Hassem.

O governo do estado havia contado sempre com o apoio das 22 prefeituras nas ações e medidas por ele recomendadas no combate a pandemia.

Nesse primeiro final de semana de experiência do decreto governamental, a prefeitura de Epitaciolândia NÃO aderiu ao decreto e deixou a prefeitura de Brasiléia que preferiu caminhar com as normas do governo em situação de desconforto diante dos comerciantes que  são os maiores prejudicados com as limitações de serviços.

A gestora de Brasiléia disse que sua equipe sentou com alguns comerciantes e que os mesmos estão cumprindo as regras desse decreto governamental. Para a prefeita, é  lamentável o posicionamento isolado do município de Epitaciolândia, haja vista que, são cidades interligadas “Como é que nós estamos num decreto aqui, e lá em outro? É o primeiro caso no estado que estamos vendo isso acontecer, mas na segunda-feira estaremos conversando com os órgãos de fiscalização e se eles liberarem nós vamos seguir também”, pontua ela.

Segundo a gestora é perfeitamente aceitável o posicionamento dos comerciantes, mas está em jogo também as vidas humanas e se as autoridades constituídas não falarem a mesma língua, o risco do Acre vivenciar na pele o que passou Manaus é muito grande. “As pessoas estão me indagando…Ninguém pode brincar com vidas não, taí Rio de Janeiro fechado, São Paulo fechado, Fortaleza fechada, tá todo mundo fechado, quando vejo três ou quatro reclamando, a maioria está concordando. Não quero causar polemica com o prefeito, muito pelo contrário eu até respeito, mas foi uma decisão monocrática, uma decisão dele que não foi socializada com ninguém”, finaliza ela.

A atitude do prefeito de Epitaciolândia Sergio Lopes, está amparada na AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – ADI 6.341, que tramita no Supremo Tribunal federal e concede aos municípios tomarem medidas com o objetivo de conter a pandemia da covid-19. Contudo pode gerar um desgaste e espatifar as ações de encabeçadas pelo governo do estado que sempre dava o comando do combate a covid-19 e contava com o aval dos gestores.