Sindicato encontra extintores vencidos há 4 anos em hospital de Xapuri

Por Aline Nascimento

Uma visita de rotina do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) no Hospital Epaminondas Jácome, em Xapuri, interior do Acre, detectou diversas irregularidades na última quinta-feira (19). Os fiscais encontraram extintores de incêndio vencidos desde 2017, cilindros de oxigênio espalhados com risco de explosão, falta de medicamento e problemas na estrutura.

Segundo o sindicado, os cilindros de oxigênio estavam espalhados pelas enfermarias, o que pode causar explosão. Por conta desses problemas, o Sindmed-AC informou que vai acionar o Corpo de Bombeiros e o Ministério Público do Estado (MPE) e denunciar a situação.

“Para verificar todos os problemas, vamos solicitar aos bombeiros uma vistoria e uma possível interdição do ambiente, além da responsabilização do gestor por manter todo o espaço sem a devida recuperação e adequação”, explicou o diretor do Sindmed, Alberto Soares.

Além do problema com os cilindros de oxigênio e extintores de incêndio, a equipe do Sindmed-AC encontrou também:

  • Infiltrações e mofo por todo o prédio;
  • Problemas na rede elétrica, como a falta de luz no pronto-socorro;
  • Falta de revitalização;
  • Falta de medicamentos, como metronidazol, transamin, metilergometrina;
  • Ausência de equipamentos como o laringoscópio, oxímetro, sonar, otoscópio.

O sindicato destacou que teme ocorrer uma sobrecarga de energia, causando curto e um incêndio. A tragédia seria maior devido à falta de extintores, de saídas e luzes de emergência.

Hospital tem extintores vencidos há 4 anos e cilindros com risco de explosão — Foto: Arquivo/Sindmed-AC

Hospital tem extintores vencidos há 4 anos e cilindros com risco de explosão — Foto: Arquivo/Sindmed-AC

O diretor-geral da unidade, Josimar dos Santos Silva, disse que já solicitou à Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) a troca dos extintores, mas ainda não foi feita a troca. Segundo ele, a solicitação é feita desde a gestão passada.

“A gente solicita à Sesacre, que é o setor responsável. Na gestão passada já estava assim, quando assumimos já solicitamos. Sobre o cilindro de oxigênio não sei como viram isso porque temos um local atrás da unidade onde guardamos os cilindros. No PS, a ala masculina e feminina também permanecem o suporte do cilindro, que são locais de emergência e não podem ficar sem”, argumentou.

A reportagem entrou em contato com a Sesacre e aguarda retorno.

Sobre a falta de energia elétrica, o gestor falou que é por causa dos apagões registrados na cidade. “Quando a luz pisca tem o motor. Temos um gerador de luz, é acionado”, justificou.

Falta de manutenção

 

A unidade de saúde foi uma das atingidas pela enchente histórica de 2015 na cidade. A água do rio inundou o hospital, ruas, casas, praças, terminal rodoviário, comércios e órgãos públicos instalados na região central do município, além da casa e do Centro de Memória Chico Mendes.

O diretor falou que o prédio é antigo e não pode ser ampliado por estar em uma área de risco. Desde a alagação, o Estado faz reformas paliativas na estrutura e há a previsão de fazer uma nova reforma.

Hospital de Xapuri foi atingido pela enchente histórica em 2015 — Foto: Aline Nascimento/G1/Arquivo

Hospital de Xapuri foi atingido pela enchente histórica em 2015 — Foto: Aline Nascimento/G1/Arquivo

“Temos problemas sim relacionados a isso, infiltrações, paredes que faltam pintar, mas tudo isso foi solicitado à Sesacre”, alegou.

Sobre a falta de remédios, o diretor confirmou que há apenas um medicamento faltando, que seria o metronidazol. Mas, assim como as demais demandas, ele diz que já foi solicitado o remédio para a saúde estadual.

“Temos todos os outros. Sobre esses aparelhos, temos todos também. Faltava o sonar, mas a Sesacre mandou”, justificou.